Wednesday, September 6, 2017

Li que “vinho é irracional”… e lembrei do Amor

Meu primeiro porre foi com vinho, muito cedo, e com vinho muito vagabundo. Isso me fez pegar birra e achei, durante muito tempo, que não fosse a bebida pra mim. Isso mudou por causa de uma dieta. (Ah... o que uma mulher não faz pra perder peso?)



Quando fui comprar calças novas e vi que o número era assustador demais resolvi que era hora de fazer alguma coisa a respeito do tal sobrepeso. Por sorte, moro com uma amiga que é dessas que te incentivam nos lances, tanto que fazem os planos junto com você (depois abandona, mas começa junto com você e fica te pilhando pra não parar).

Fazer dieta é um porre, então, como toda boa dupla procrastinadora, escolhemos “a nossa dieta”, que consistia em comer menos durante a semana e enfiar o pé na jaca nos finais de semana. Óbvio que os resultados não apareciam, então recorri aos livros e encontrei um que achei muito interessante: a tal dieta low cab que prometia me desengordar com bacon, queijo e álcool. Mais perfeito não há.

Sobre o álcool, uma pesquisa na Internet ensinou pra gente que o vinho tinto era super bacana. Ele não te emagrece, mas te ajuda a engordar menos. Bom o suficiente pra me convencer. O site também dava a dica de que o Cabernet Sauvignon não te deixava de ressaca no dia seguinte então foi atrás dele que eu fui no supermercado.

Gostamos da experiência! Uma taça, à noite, batendo papo, e ainda ajudar na dieta? Perfeito! Garrafa terminada, era hora de ir buscar outra no mercado. Eu fiquei responsável por essa parte. Grande erro. Sou curiosa por natureza e na segunda visita ao supermercado foi impossível olhar para aquele zilhão de garrafas e escolher a mesma da primeira vez. E se esse outro for mais gostoso? E esse outro tipo aqui? E deste outro lugar aqui? Voltei pra casa com o tal Cabernet Sauvignon, mas já de outra marca.

Próxima garrafa, uma uva diferente... a seguinte, um branco, só pra experimentar, porque o site dizia que eram os tintos que funcionavam pra dieta. Mais pra frente, um pra combinar com o jantar especial... Logo parei de comprar as garrafas no mercado e passei pra adega da rua de casa. Muuuito melhor. Vinhos mais baratos e eu ainda podia contar com a orientação do povo da loja. Ótimo!

Mas a curiosidade... esse bichinho que me faz querer saber mais...

Voltei aos livros e “conheci” Luiz Horta. O título do livro não parecia ter nada a ver com vinhos: As Crônicas Mundanas. Mas talvez tenha sido isso mesmo que me interessou, já que gosto de temas técnicos colocados de maneira suave (haja visto o CMN). Ainda não terminei o livro pelo único motivo de ser obediente. O autor diz no início para não ler tudo de uma vez... estou me controlando...

Acabou que agora tenho um novo hobby e uma nova paixão. Mesmo com toda a minha falta de conhecimento ainda no assunto estou achando divertidíssimo provar esse mundo de aromas e sabores enquanto os músculos do meu corpo relaxam e a vida fica um pouco mais engraçada. Longe de mim me tornar uma expert já que o assunto parece ser tão complexo quanto o Amor.

Por hora, está interessante substituir um pouco a irracionalidade do Amor pela do vinho. Quem sabe, entendendo um tiquinho mais de um, eu desvendo um tiquinho também do outro? Em último caso, termino embriagada e certa de ter descoberto o sentido da vida, ao menos até o dia seguinte. Parece um bom plano.

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