Friday, March 22, 2013

Ah... os traumas do Amor...

Sou apaixonada por Sampa. Já ouvi que uma pessoa que declara seu amor por uma cidade como São Paulo está mesmo fadada ao sofrimento, mas continuo amando a minha queria Sampinha, que sempre cuidou tão bem de mim, mesmo quando eu estava aos cacos, andando por suas ruas em noites frias e chuvosas. :)


Mas o Amor é sempre um vadio tão cruel com a gente que consegue marcar lugares de formas que nunca mais superamos...

Sampa é cheia de lugares que me lembram pessoas que foram muito mais cruéis comigo do que a cidade. Aquele restaurante onde tive que ir para o banheiro chorar por causa de uma frase desnecessária vinda de quem eu amava, aquela padaria onde fui rejeitada por um amor, aquela estação de metro onde fui deixada para trás, aquela esquina onde ele me beijou pela primeira vez, aquele bar onde a gente riu juntos durante toda uma noite e tantos outros lugares e situações.........

Mas nesta semana me toquei de uma coisa importante. Na verdade não envolveu apenas lugares, envolveu música também. Vou tentar explicar...

Tem um lugar em Sampa que frequento e que me identifico muito. Cheguei neste lugar por intermédio de um amigo mas depois descobri que é território de um dos meus Vadios Amores. Como nunca o encontrei por lá, tudo estava bem... a impressão que dava era de um Universo Paralelo. Cada um ia lá num tempo diferente e tudo funcionava. Até que o dia de nos encontrarmos por lá chegou. Eu já me sentia muito à vontade no lugar, mas ver o indivíduo por lá, obviamente mais confortável que eu já que o território era dele há muito mais tempo do que meu, foi traumático.

Não gostei de me sentir desconfortável daquela forma, mas também não foi traumático o suficiente para fazer com que eu desenvolvesse aversão pelo lugar. Na verdade, nada mudou muito, só decidi tomar mais cuidado ao decidir os horários das minhas visitas para que o encontro não voltasse a acontecer.

Ontem, voltando pra casa, estava no ônibus, ouvindo minha playlist preferida, quando começou a tocar uma música dessas marcadas por lágrimas. É a música que ouvi logo depois de tomar a última bota, mas......... também é a música que estava tocando na primeira vez que mexi no motor do meu carro sozinha. Quando rolou o lance com o carro eu pensei "Nossa! Que ótimo! Agora vou lembrar do Damien quando ouvir essa música! Ela nunca mais vai me lembrar o outro lá..." mas é claro que não foi o que aconteceu. Agora, cada vez que ouço a música me lembro do cara e do carro. hahaha

Mas parei pra pensar melhor e a análise começou a me levar para uma conclusão mais leve...

Quando passo pelos lugares ou ouço as músicas traumáticas não me sinto necessariamente mal. Pelo contrário, me sinto feliz por lembrar das pessoas, mesmo que saiba que as pessoas me magoaram tenho carinho por todos que fizeram com que eu me apaixonasse. Afinal de contas, se me apaixonei foi porque alguma coisa o cara tinha de especial pra mim e resgatar ESTA lembrança me faz bem, tão bem que me faz sorrir, sempre.

É aquela velha história.... as coisas ruins são muito mais intensas pra nós do que as coisas boas... já discuti sobre isso por aqui... Mas alguma coisa em mim (talvez o meu otimismo natural) faz com que meu subconsciente resgate as coisas boas mesmo que as ruins venham primeiro à cabeça.

Ainda bem que sou assim. Não gosto de eliminar possibilidades da minha vida. Não quero ter coisas mas quero todas as experiências que posso ter. Quero acumular todos os sentimentos que posso ter, bons e ruins, e quero que todas as lembranças continuem na minha memória, além de acumular novas memórias. Frequentar cada pedacinho que gosto de São Paulo ouvindo minhas músicas preferidas é uma forma de manter as lembranças e acumular novas situações então que assim seja.

Faça-me sentir, mesmo que eu chore. :)

1 comentários:

Bela said...

Quer fazer de algo/alguém uma coisa boa/santo, mate-o! Observe, sempre funciona ;)

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