Hoje uma amiga pediu para eu escrever um texto como se estivesse descrevendo-a para alguém. Inicialmente achei que era uma cilada, estilo aquelas perguntas: você acha que eu sou bonita ou inteligente?
Mesmo temendo a cilada acabei topando o desafio e foi muito bom, porque me lembrei o que me encanta e me encantou nas pessoas pelas quais me apaixonei até hoje: a escrita.
Ok, todo mundo gosta de cartas de amor, mas além das cartas de amor eu gosto de conversas por escrito, papos leves que começam do nada e rendem milhares de e-mails ou cartas. É legal alguém ficar falando e escrevendo que te ama, mas só isso é pouco demais, me encanta receber uma mensagem ou e-mail sobre uma situação que aconteceu, como se fosse um bate-papo de elevador mesmo, é delicioso ver este despretensioso papo escrito crescer e envolver citações de livros, músicas, memórias de infância, sabores e texturas.
Tem gente que tem tara por barba, por salto, por nuca e eu tenho tara por uma boa escrita, ainda mais porque sei que ela vem acompanhada de muito conteúdo e até mesmo se desentender é mais interessante com quem sabe argumentar direito.
Precisei deste pedido de hoje para perceber isto, mas quem leu os relatos dos meus primeiros amores deve ter percebido isto logo de cara, toda história sempre mencionava a troca de e-mails e até cartas, mesmo já na era digital.
Foi por escrito que fiz e recebi as melhores confissões e declarações, infelizmente também foi por escrito que fiz vários términos definitivos. O conforto de escrever é o de poder desenvolver uma linha de pensamento sem ser interrompida, principalmente em uma conversa de mulheres onde é quase impossível manter uma única linha de pensamento do início ao fim, chegando a nem termos mais certeza do que estava sendo discutido.
Então ao escrever eu posso ser apenas eu para o outro e quando o outro me escreve ou responde, é apenas ele para mim...
Wednesday, November 21, 2012
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