Wednesday, August 7, 2013

Amarga

Hoje estou amarga, tão amarga quanto o sumo da folha de boldo... chá de boldo é fichinha perto do amargor do sumo do boldo.

Lá em casa quando alguém tinha indisposição por ter comido algo minha vó amassava o boldo, espremia para tirar o sumo e tomava ou nos dava para tomar, era algo tão ruim que na mesma hora a vontade era vomitar tudo que existia e não existia dentro de mim, mas era algo ruim que me faria bem.

Hoje meu amargor vem do (des)amor, de uma situação que fez reviver em mim as piores sensações que tive nos últimos anos, foram sensações ruins que a longo prazo percebi que aconteceram para o meu bem, mas na hora que aconteceu, quando o sumo do boldo passou pela minha garganta foi tão ruim... tão ruim, que até hoje quando lembro disto eu sofro, eu deságuo, me arrependo do que "comi" (vivi) e tenho desejo de voltar pelo menos quase uma década e meia na minha vida e fazer tudo diferente.

 A máquina para viajar no tempo e a de teletransporte infelizmente ainda não foram inventadas e estou muito feliz no momento atual da minha vida, sei que este momento só me foi permitido justamente por todo o caminho percorrido, por todas as escolhas feitas, todos os erros e acertos do caminho.

Quase não escrevi o post de hoje, achei que ficariam muitos posts na sequência com "reclamações", afinal a Thais já tinha desabafado na última semana, mas se a energia é esta não posso fazer nada, aqui é o nosso divã, não posso me autocensurar.

O estranho é saber que este amargor quase nunca aparece e mesmo quando aparece eu consigo esquecer rapidamente dele quando recebo uma mensagem, um beijo ou um sorriso de quem amo, mas mesmo assim ele aparece. Sabe aquele "arroto" que trás o gosto de algo que comeu e te deu indigestão? Uma punição do seu organismo para que você nunca mais esqueça que não deve comer pimentão ou qualquer outra coisa que você já sabe que ficará "conversando" com seu fígado e cabeça por horas ou dias a fio?

Então, é justamente assim que esta "comida" é para mim, ela surge algumas vezes para me trazer esta indigestão, para me fazer relembrar o gosto amargo do boldo, estragar meu dia e me fazer desejar nunca ter sequer sentido seu gosto ou descoberto sua existência.

O único lado bom de ter comido algo que me fez conhecer o amargo do boldo é saber que depois de tomar este "remédio" a vida /organismo se cura, prossegue e principalmente; evolui.

Que o destino me poupe de experimentar e me apaixonar por pratos indigestos para o resto da minha existência.

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