Lendo o último post do blog, Balancete Amoroso, escrito pela Belise, convidada da Liana, me admirei ao notar que ela falava sobre algumas coisas que eu já comentei por aqui. Mais especificamente, a parte onde ela fala da "angústia louca que as pessoas têm de estarem SEMPRE apaixonadas". Falei exatamente disso no post Todo mundo já está apaixonado por alguém.
Mas foi uma outra coisa que ela tratou no post que me chamou mais a atenção: quando ela mencionou os amores à moda antiga.
A gente cresce ouvindo falar da tal "sabedoria dos mais velhos" mas parece que, mesmo quando nós ficamos velhos, não prestamos muita atenção nessa expressão que tanto pode facilitar nossas vidas.
Antigamente as pessoas se apaixonavam devagarzinho. Casamentos arranjados que acabavam dando certo, coisa construida mesmo. Mas qual será que era a receita? Duas pessoas que se uniam porque suas famílias assim queriam e acabavam se apaixonando de verdade. (mais uma vez, tenho que fazer uma pausa aqui só pra lembrar que estou generalizando propositalmente.... claro que muita gente sofreu por causa de casamentos arranjados, mas a gente sabe que um ou outro dava certo)
Pra mim, o que fazia funcionar é o comprometimento. No caso deles, com os negócios ou a tradição da família, ou sei lá. Mas para nós, que não TEMOS que nos casar com quem nos é imposto, também acho que pode funcionar... Uma paixão não correspondida, pra mim, é um bom motivo para uma experiência deste tipo.
Duas pessoas, apaixonadas, não uma pela outra, mas por terceiros que não os correspondem, poderiam, talvez, se apaixonar uma pela outra, intencionalmente, contruindo uma história iniciada para esquecerem dos amores frustrados?
Acho que exigiria um nível de comprometimento com a causa sem precedentes, mas tenho a maior confiança de que daria certo.
É claro que estas pessoas precisam ter afinidades. Não dá pra escolher um aleatório e dizer: é por você que vou me apaixonar. Mas amigos, quem sabe? Se são amigos é porque já têm coisas em comum, então porque não poderia rolar uma paixão?
O que ferra tudo é que pessoas apaixonadas abrem mão da razão num piscar de olhos perante qualquer gracejo de seus tormentos afetivos. Se um dos "terceiros" decide ressurgir na vida de um dos voluntários do experimento, este logo cederá aos encantos do demônio e abandonará o projeto.
Outra questão que pode derivar deste tipo de empreitada é um dos indivíduos se apaixonar mesmo pelo outro, mas o outro......... aí teremos, novamente, um problema (ou o mesmo problema, só com uma pessoa diferente). De qualquer forma, neste caso, ao menos metade do êxito é alcançado e a solução continua válida. hahaha
Anyway... já diziam os mais velhos que uma paixão se cura com outra, certo? Então, vendo a coisa pelo lado prático, é só a gente tentar acelerar o processo de "reapaixonamento" escolhendo alguém que você acha que poderia dar certo.
O difícil mesmo é ser tão racional nesta hora, né? Bem... talvez seja mais fácil prender um pudim com um elástico. ;)
Friday, December 28, 2012
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1 comentários:
Bem,
Eu sempre tive a seguinte linha de pensamento: os relacionamentos antigos duravam em média muito mais não por serem melhores, menos problemáticos, mais calmos, blá blá blá... Mas sim por mera dependência e conveniência...
Há não muito tempo atrás, já era difícil manter contato telefônico com as pessoas, quem dirá conhecer novas pessoas... Imagina então, na vidinha mais simples ainda de algumas décadas atrás, aonde a maioria das pessoas pouco conheciam alguém além do seu círculo familiar e de trabalho....
Então, no final das contas, a grande maioria dos relacionamentos foram longos, mas por conveniência (ruim com essa pessoa, pior sem ninguém)e dependência (aonde a mulher tinha um papel de dona de casa e a sociedade favorece ao homem).
Hoje em dia, as "tentações" estão em todo lugar... Você piscou os olhos, aquela paquerinha frustrada de infância apareceu no seu Facebook... Piscou de novo, e uma nova rede social de relacionamentos casuais apareceu... Piscou uma terceira vez e já está lendo sobre pessoas que se separaram, obtiveram sucesso, encontraram uma "nova vida"... Agora, há um tempo atrás, o máximo que havia era a ligação semanal (ou mensal, ou anual eheh) para a mãe e a mãe falando que ao menos tem um bom lar, uma pessoa "trabalhadeira", etc...
Os problemas eram os mesmos... Apenas que, até pouco tempo atrás, era mais conveniente e fácil conviver com eles, pois as opções não eram tantas e sequer havia muito conhecimento da vida fora do círculo familiar... Hoje, com pouco esforço você consegue algo casual para saciar a vontade, consegue re-encontrar pessoas do passado com facilidade, consegue conhecer novas pessoas com mais facilidade ainda, e de quebra, a sociedade já não é mais tão "careta" com quem não se dedica até a última gota de suor (ou, infelizmente, algumas vezes, de sangue) a um relacionamento fadado ao fracasso.
Convenhamos, relacionamento para durar a vida toda (não necessariamente monogâmico), é uma coisa muito rara... E esses, continuam genuinamente felizes, ou, tentando ser felizes, enquanto no passado, se haviam muito mais casais que continuavam juntos, a grande maioria vivia infeliz, miserável, sem um pingo de cor na vida...
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