Na última Virada Cultural presenciei uma
cena que me chamou muito a atenção num ponto de taxi por causa da quantidade de
pessoas envolvidas, mas que, pensando depois, acabei percebendo ser uma
situação relativamente rotineira.
Eram algumas garotas tentando encontrar um
palco x qualquer da Virada e pararam no ponto de taxi para consultar os
taxistas.
Neste momento, o que estava me chamando
mais a atenção era que todas elas estavam vestidas com o mesmo padrão (shorts
jeans muito curtinhos, camisetas regatas, uma blusa amarrada na cintura e
tênis), equipadas de seus smartphones e... consultando um grupo de taxistas
para encontrar uma rua. Será que nenhuma delas conseguia acessar o Google Maps
dos seus telefones?
Aí prestei mais atenção... Elas já estavam
lá quando eu cheguei ao ponto de taxi e continuaram lá quando saí (aliás, o
taxista que nos atendeu deve ter ficado bem chateado em ter que trocar um grupo
de garotas por um casal se pegando dentro do carro dele). Os taxistas no ponto
(que não eram poucos) pareciam lobos babando em cima delas... eles estavam com
aquelas caras clássicas de pedreiros tarados que se via de longe, mas as
garotas continuavam lá.
A conclusão que me veio nessa hora foi a de
que a situação era a mesma da obra... as garotas pararam pra pegar uma
informação simples e se encantaram com a atenção recebida (mesmo vinda de olhos
que as cobiçavam sem pudor) e ficaram por ali, para sentirem-se um pouco mais
desejadas por um pouco mais de tempo.
É engraçada essa necessidade das mulheres
em se sentirem desejadas, mesmo que por pessoas com as quais elas jamais se
relacionariam. É óbvio que nenhuma daquelas garotas novinhas e endinheiradinhas
acabaria a noite com um dos taxistas muito mais velhos que elas e com cara de babões.
Mas ficaram lá, estimulando a imaginação da galera.
Já soube de mulheres muito bonitas que
confessaram, às vezes, passar na frente de obras só para serem mesmo assediadas
pelos trabalhadores. Se fazem de ofendidas e até xingam a galera mas, por
dentro, estão satisfazendo uma necessidade de saber que estão gostosas e
chamando a atenção.
Antes que eu seja queimada em praça pública
por gente que lê meus posts e não entende minha linha de raciocínio.... não estou
criticando a atitude, em absoluto! Pelo contrário, sou mulher e também sinto
essa necessidade de confete às vezes, mesmo não entendendo por que ela surge. (não...
eu não passo diante das construções esperando os assobios, mas persigo esta
atenção por vezes, sem nem me dar conta, de outras formas, mas que não deixam
de ser equivalentes)
Mas também... como poderia julgar? Quem não
gosta de saber que chama a atenção de alguma forma, não é mesmo? Dá uma sensação
tão gostosinha... :)
0 comentários:
Post a Comment