Como sou apaixonada por carros, fiz logo
uma relação na minha cabeça. Nos referimos a carros que tivemos como “nossos
antigos carros”, o que dá a entender que poderíamos voltar a possuí-los. Por
outro lado, nos referimos aos antigos relacionamentos como ex, deixando claro
que é burrice “voltar a tê-los”.
Ex é passado, é coisa que não deu certo, é,
na melhor das hipóteses, aprendizado, mas não é algo pra gente querer de volta.
Essa coisa de amadurecer é bobagem. A gente aprende com a vida, mas somos
sempre as mesmas pessoas.
Além disso, as pessoas sempre tendem a
colocar a culpa dos fracassos dos relacionamentos nos outros. Claro! Ninguém
quer assumir que fez bobagem. Então, quando um relacionamento acaba, cada um
está montando em sua cabeça toda uma história que joga a culpa em cima do outro
e nunca em cima de si mesmo. Quando as pessoas “voltam”, obviamente estão
pensando que “o outro” amadureceu e não vai mais cometer os mesmos erros. O
detalhe é que os dois estão pensando assim, ninguém vai mudar nada, porque acha
que nunca fez nada de errado e o relacionamento está, mais uma vez, fadado ao
fracasso.
Nossa chance de “cometer novos erros” é com
gente nova, gente que se comporta de formas que ainda não conhecemos, que não estamos
acostumados... gente que estamos conhecendo e aprendendo a se portar de uma
nova maneira. O passado é sempre igual. Se não fosse, já teriam inventado a tal
máquina do tempo pra resolver um montão de problemas.
Insistir no erro dos ex-relacionamentos tem
apenas o encanto da época de nossos avós, onde não existia a possibilidade de
pularmos de relacionamento em relacionamento e então as pessoas eram obrigadas
a adaptarem-se umas às outras e fazer os casamentos darem certo por décadas. Me
refiro a isso como “encanto” porque não vemos mais nenhum tipo de esforço nos
relacionamentos atuais para resolver problemas como nossos avós faziam. É mais
fácil “andar a fila”.
Vai saber quem é que ta certo... já “tentei
fazer dar certo” e já “andei a fila sem cerimônias”e não sei dizer o que foi
melhor ou pior pra mim. O que sei dizer é que, analisando friamente, continuo
sendo a mesma pessoa que sempre fui, o que, para alguns pode significar que
nunca amadureci. O que mudou é que agora tenho “bagagem” de relacionamentos e
talvez isso me faça agir de formas diferentes de alguns anos atrás, mas não significa
que virei outra pessoa.
Talvez a questão não seja amadurecermos,
afinal de contas, não somos frutas (ainda que a Liana insista que sou um
moranguinho hahaha). Talvez a questão seja apenas encontrarmos a pessoa certa,
ainda que ela seja certa apenas por um tempo (que pode ser curto ou longo...
nunca se sabe).
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