Todo final de ano a maioria das pessoas se prepara para fazer vários rituais e promessas que garantam boas energias e atitudes para o ano que virá. Com o final dos relacionamentos também não é diferente.
Quando as pessoas saem de um relacionamento elas fazem as promessas mais improváveis do mundo, são coisas como: nunca mais vou namorar/casar/morar junto, não vou amar novamente, da próxima vez vai ser diferente, vou emagrecer/malhar/ficar bonita(o) para ele(a) se arrepender e outras milhares de promessas que todo mundo já fez depois de acabar com alguém.
Os rituais são tão ou mais engraçados que os de virada de ano, enquanto pulamos ondas, comemos uva, lentilha e ficamos somente no pé direito no momento da virada, no fim do relacionamento a gente guarda tudo que lembra a pessoa, alguns rasgam e queimam qualquer vestígio de lembranças, tem as sessões de trilha sonora regada a lágrimas e bebidas alcoólicas e não pode faltar o choro no chuveiro.
O choro no chuveiro acomete até as pessoas mais duronas, acho que a água incentiva as lágrimas a se encontrarem com aquele mar de gotas indo para o ralo, assim como foi também o seu relacionamento. Confesso que já chorei bastante no chuveiro, mas nunca consegui protagonizar uma cena destas de filme onde a pessoa começa a chorar delicadamente e de repente já está em posição fetal no chão do box, soluçando tanto que até parece estar sofrendo uma convulsão.
Antes pensava que não ter uma crise tão intensa de choro assim podia significar que o sofrimento não era tão grande, mas evolui bastante no quesito choro, já chorei no transporte público, caminhando pela rua e até já fiz a cena típica de chorar copiosamente dentro do táxi enquanto o ser amado fica lá estático vendo a pessoa partir.
O interessante é que a cada final de ano e de relacionamento a gente refaz estes rituais e promessas, às vezes são os mesmos, às vezes revolucionamos, mas raramente cumprimos as promessas e é mais raro ainda os rituais afetarem de alguma forma o curso do futuro.
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