Wednesday, June 4, 2014

Sobre a entrega...

"Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz
Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz"

Estes dias enquanto escutava Tiê me peguei pensando sobre como dançar para mim era uma coisa íntima e como hoje em dia é difícil eu me sentir íntima de alguém.

Sempre dancei muito bem, até os meus 20 e poucos anos eu me divertia horrores sacudindo o esqueleto sozinha, em par ou com coreografia decorada, mas sei lá o que aconteceu e o dançar foi substituído por outras questões mais importantes.

Só que comecei a pensar nisto por uma questão que nem envolvia dança, envolvia algo um pouco mais profundo e naquele momento precisava de alguém que considerasse íntimo o suficiente para conversar sobre tudo o que se passava no meu ser e só me vinha uma única pessoa na cabeça. Aquela pessoa com quem você consegue ficar em silêncio confortavelmente, mantendo um diálogo sem precisar dizer nada, com quem é possível chorar sem virar um dramalhão mexicano, resumindo: a pessoa que sabe lidar comigo.

A intimidade é uma das melhores coisas que fazem parte do amor, porque é o fator que não permite que se sinta a solidão, mesmo a pessoa estando longe você sabe que ela irá te entender melhor do que qualquer outra pessoa, sem aquela necessidade de uma explicação extensa para contar o que está sentindo sem de alguma forma no meio do caminho dizer algo que possa soar como indelicadeza. É ganhar colo sem precisar pedir.

Intimidade para mim é quando me permito ser conduzida, é como uma dança mesmo e eu não danço com qualquer pessoa, na verdade eu até danço, mas não danço bem, fica truncado, forçado, eu me sinto representando um papel que não é meu, aí a coisa sai desengonçada, piso no pé, fico tonta, fico cansada, aí paro do nada.

Quando a dança é feita com um par que tenho intimidade, posso entrar no meio de um passo sem perder o ritmo, mesmo cansada me animo a bailar, dançar/conversar com quem tenho intimidade me anima, me faz dançar suavemente mesmo quando o pé está cansado dos buracos da estrada da vida.

Como existem vários tipos de amor, existem vários tipos de intimidade e descobri que mantenho intimidades exclusivas com várias pessoas, sei também que nenhuma destas intimidades pode/consegue substituir a intimidade plena que sinto ter com meu par de dança, mas a vida não precisa ser um Dirty Dance (por mais que eu queira) sempre, às vezes a vida é só aquela aula de dança para iniciantes mesmo.


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